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19/06/2022 às 19h27

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Gustavo Petro vence eleições na Colômbia
Ex-guerrilheiro se torna o primeiro presidente de esquerda da Colômbia
Gustavo Petro vence eleições na Colômbia
Petros concorreu contra Rodolfo Hernández e, segundo a agência Reuters, teve 50,8% dos votos. (Foto: reprodução)

Gustavo Petro, um ex-combatente da guerrilha M-19 e, hoje, um senador da Colômbia, venceu as eleições presidenciais no país e se tornou o primeiro presidente de esquerda a ser escolhido pelos colombianos neste domingo (19).


Ele venceu o candidato Rodolfo Hernández, que havia surpreendido no primeiro turno.


Petro teve 50,49% dos votos, e Hernández, 47,25%, segundo informações do órgão de contagem de votos nacional. Foram cerca de 22 milhões de votos.


Logo após a divulgação do resultado, ele fez um comentário em redes sociais: "Hoje é um dia de festa para o povo. Que festeje a primeira vitória popular. Que tantos sofrimentos sejam absorvidos pela alegria que hoje inunda o coração da pátria. Essa vitória é para Deus e para o povo e sua história. Hoje é o dia das ruas e das praças".


Campanha


Petro se elegeu prometendo democratizar a economia do país.


"A mudança que propomos hoje é derrubar esse regime de corrupção, tirar o ladrão e o assassino do poder", disse Petro em um evento político no dia 16 de maio, numa referência pesada ao status quo político colombiano.


Ele nasceu na cidade de Ciénaga de Oro, na província de Córdoba, em 19 de abril de 1960. Dez anos depois, no dia do seu aniversário, aconteceu uma eleição supostamente fraudada pela ala conservadora da Colômbia. Isso mobilizou a criação do grupo guerrilheiro Movimento 19 de Abril, conhecido como M-19.


Aos 17 anos, Petro entrou no M-19 e sua participação no grupo marca toda a sua carreira política. Foi preso em 1985 por posse ilegal de armas. Segundo ele mesmo conta, foi torturado pelo exército e depois cumpriu pena de 18 meses na cadeia.


Por estar preso, Petro não participou de um dos ataques mais marcantes da história do M-19. Nos dias 6 e 7 de novembro de 1985, o grupo invadiu o Palácio da Justiça e fez mais de 300 pessoas reféns. A tomada durou 28 horas e terminou em um confronto com o exército. A ação deixou mais de 100 mortos, entre ele o presidente da Suprema Corte, Alfonso Reyes Echandía.


Em paralelo a sua atuação na guerrilha, Petro se formou em Economia na Universidade Externado, em Bogotá.


O grupo guerrilheiro se transformou em um partido político em 1990, se tornando a Aliança Democrática M-19. Petro foi um dos fundadores.


Carreira política


Seu partido teve participação ativa na criação da nova Constituição da Colômbia em 1990. Em 1991, Petro foi eleito deputado por 4 anos. Depois, após ameaças de morte, ficou 2 anos na Bélgica, como funcionário da embaixada colombiana. Em 1998 cumpriu um segundo mandato como deputado, mas por outro partido que fundou com outros ex-militantes que saíram do M-19.


Alcançou maior destaque político quando foi senador entre 2006 e 2010, o terceiro mais votado. Obteve grande popularidade por fazer denúncias de corrupção. Revelou vínculos entre políticos e facções criminosas, além de esquemas ilegais envolvendo o então presidente Álvaro Uribe.

FONTE: G1

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