19/09/2022 às 19h51 - atualizada em 20/09/2022 às 16h40
Felipe Farias
Maceió / AL
O melhor eufemismo para definir a postura do presidente Jair Bolsonaro (PL), ao admitir erros, dizer que vai passar a faixa, que vai deixar a vida pública e que se “excedeu” ao proferir algumas das aberrações verbais que protagonizou durante a pandemia – das quais a que deve mesmo ser cristalizada pela implacável História é a perversa “não sou coveiro”.
Eufemismo, como se sabe, é “usar um nome bonito” – e desfaçatez é, na prática, algo como ser sonso... muito sonso.
Ou um cínico nível hard.
Não, o presidente “não caiu em si”...
Assim como conceder reduções sucessivas de preço de combustíveis – que muitos apoiadores de adversários atribuem muito mais às pesquisas do que a bondades presidenciais – e outros benefícios.
O foco é, sim, eleitoral – como, aliás, já apostavam analistas políticos, influenciadores digitais e celebridades eventuais de redes sociais.
O que chama a atenção – e nos leva a tocar no assunto só agora – é, primeiro, a constatação de que o presidente não é de todo a pessoa de perfil tosco, que ele mesmo endossa e cultiva. E com o qual seus apoiadores deliram.
Ele seguiu as dicas de marqueteiros, conselhos de aliados, imposição de outros “Arthur Lira”...
Enfim, seguiu a lógica.
Agora, o segundo motivo de levantar a discussão: por que Bolsonaro não teve a mesma capacidade antes?
Por que não seguiu a lógica para comprar vacinas em tempo hábil (o que – dizem especialistas – salvaria mais da metade das vidas levadas pela pandemia)?
Por que não seguiu a mesma lógica para não fazer o papel de propagar – até para as emas que vivem nos jardins do palácio – de um medicamento ineficaz e dizer tolices em ambientes os mais diversos?
O mais do que provável motivo: ainda não se estava tão perto da eleição – e, em especial, com a presença de Lula como candidato.
Em 2018, Lula estava preso.
Afinal, desde janeiro de 2019 que Bolsonaro não visa outra coisa que não seja a reeleição.
E, pelo visto, bastou tirar os pés do Brasil, para deixar a lógica de lado, novamente e, no Reino Unido, nos funerais da rainha Elisabeth II, já fazer discursos de tom golpista.
Todo o conteúdo é de responsabilidade do autor.
Com a palavra, Felipe Farias
Blog/coluna Felipe Farias tem 33 anos de carreira no jornalismo. Passou por vários veículos impressos e também pela TV. Atualmente, apresenta o "Com a Palavra", no YouTube do Acta; e também é comentarista no "Jornal do Acta". Neste espaço, você vai encontrar análises e comentários a respeito do cenário político local e nacional.Há 22 minutos
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