Equipamento é baseado na simplicidade; o que permite ser operado por qualquer pessoa – ele mesmo “instrui” operador. (Foto: reprodução)

Maceió pode receber desfibriladores para uso em locais públicos, a partir do ano que vem.

Projeto nesse sentido foi aprovado pela Câmara Municipal. Para tornar-se lei –e a iniciativa ser aplicada, na prática–, depende, contudo, de sanção do prefeito de Maceió, JHC (PL).

Mas, de acordo com o autor da proposta, vereador Eduardo Canuto (PV), a expectativa é de que o prefeito sancione o projeto.

“Não vejo falta de sensibilidade de um prefeito como JHC, que tem criado e dado oportunidades, em projetos tão importantes quanto este”, disse o vereador, em entrevista ao Jornal do ACTA, acrescentando que, por ano, são registradas 300 mil mortes por mal súbito, no Brasil – boa parte sem que a pessoa apresente sintomas, anteriormente.

Ele estava acompanhado pelo cardiologista e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia no Estado, Pedro Henrique Albuquerque, especialista que prestou consultoria cientifica à iniciativa de um dos idealizadores da proposta.

Para os defensores, a ideia já foi colocada em prática em outras cidades, onde se mostrou exitosa.

E, ainda conforme o vereador, mesmo que o prefeito vete a proposição – aprovada por unanimidade na Câmara – existe a possibilidade de “tentar sensibilizar mais uma vez, nossos pares”, para derrubar o veto.

O prefeito tem 15 dias, conforme a legislação, para analisar, sancionar ou vetar o projeto.

O vereador frisou que a proposta foi aprovada, além de na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ – pela qual têm de passar todos os projetos em casas legislativas), também na Comissão de Saúde, dedicada ao tema, em projetos que tratam dessa área.

A ideia, segundo ele, nasceu a partir das mortes de um educador físico e de um triatleta, no início do ano, em Maceió.

Após os episódios, ele conta que foi procurado por entidades como associações da modalidade e de bombeiros militares, para criar o projeto.

O equipamento consiste em um aparelho portátil de volume semelhante a uma mala de bagagem de mão.

A exemplo dos desfibriladores hospitalares, é composto das pás, com que se produz o choque elétrico que reativa os batimentos do coração. Mas, nesse caso, se assemelham a dois adesivos, como os que são usados em contusões.

A diferença dos dispositivos convencionais é que este orienta o operador; o que permitiria que seja usado por qualquer pessoa, não dependendo que esta possua formação ou capacitação mínima em primeiros socorros.

O próprio aparelho, orienta, por comandos verbais de som, onde colocar as pás (uma entre o peito e o pescoço, no lado direito, e a outra, um pouco abaixo das costelas – do lado esquerdo), avalia se é necessário acionar o choque; “manda” que o operador se afaste, em caso positivo, e que botão acionar, para fazê-lo desencadear a descarga elétrica.

E ainda continua com a avaliação, após esse procedimento, orientando se o operador deve continuar com as massagens cardíacas.

O aparelho seria instalado em locais de grande concentração de pessoas, como estações rodoviárias e ferroviárias e locais de práticas de exercícios, em espaços públicos, além de pontos de eventos esportivos.

O vereador informou que deverá destinar R$ 140 mil para a Sociedade Brasileira de Cardiologia em Alagoas, para aquisição dos equipamentos – dos cerca de R$ 1,1 milhão a R$ 1,3 milhão que cada vereador pode apresentar como emendas individuais ao texto original da lei orçamentária.

Com os recursos, deverão ser adquiridos vinte equipamentos, com os quais a instituição firmaria plano de trabalho conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió.