28/11/2022 às 19h12
Acta
MACEIO / AL
A escolha de Alexandre Frota, deputado federal pelo PROS de São Paulo, para compor a equipe de transição do futuro governo federal, na pasta da Cultura, provocou um racha no meio artístico, que massivamente apoiou o petista na disputa presidencial, com destaque para o embate travado entre o parlamentar e o ator José de Abreu.
Nas redes sociais, Abreu, que é notadamente apoiador de Lula, detonou a escolha de Frota, por considerá-lo inapto para a função, além de apontar que o deputado é visto como uma "piada" na classe artística. Com a polêmica, o parlamentar anunciou sua saída da equipe de transição e alegou ter sido alvo de "ataques covardes e preconceituosos".
"Colocar Alexandre Frota na transição na área da Cultura é um desrespeito à classe artística", escreveu. "Gente, o Frota é piada no meio artístico pela falta de Cultura", completou. José de Abreu é um dos principais apoiadores de Lula no meio artístico. O ator faz uso recorrente das redes sociais para defender o petista.
Em meio a treta, uma postagem de Alexandre Frota gerou ainda mais polêmica, após o deputado alegar ter sido "covardemente" atacado por Abreu e culpar o famoso pela morte do próprio filho, Rodrigo de Abreu, aos 21 anos, em 1992, após o jovem cair de um prédio no Rio de Janeiro.
No Twitter, Frota insinuou que Rodrigo teria se suicidado.
O deputado disse que o ator "não teve controle do próprio filho que se matou", e afirmou que José "vai carregar isso com ele até a morte".
Com a repercussão negativa, Frota apagou a postagem.
Ao rebater o parlamentar, José de Abreu negou que seu filho tenha cometido suicídio e apontou que o jovem foi vítima de um acidente, conforme comprovado pela polícia à época. Ainda, o artista afirmou que a dor que sente "é a mesma e contínua", e chamou Frota de "degenerado" por culpá-lo pela morte de Rodrigo. "Quando digo que caráter não muda... A propósito, Rodrigo não cometeu suicídio. Foi um acidente comprovado. A dor é a mesma. Imensa e contínua. Só um degenerado culparia o pai pela morte (em qualquer situação) de um filho. Deus lhe poupe dessa dor, Alexandre", publicou Abreu.
Rodrigo morreu após cair de prédio Rodrigo de Abreu morreu em 1992, aos 21 anos, após cair da janela do prédio em que morava no Rio de Janeiro. O jovem é fruto de um antigo relacionamento entre José de Abreu e a advogada Neuza Serroni. Na ocasião do acidente, a polícia descartou a possibilidade de suicídio. Em fevereiro, José de Abreu recordou a morte do filho em entrevista ao programa "Julia", do canal SIC, de Portugal. Conforme relatou, à época do trágico acidente ele estava em Manaus, onde gravava a novela "Amazônia"
(Rede Manchete). Era uma manhã e ele tomava café no hotel, quando foi chamado no balcão para atender um telefonema do pai de Nara para reportar o ocorrido. "Estava tomando café da manhã no hotel, quando me chamaram no balcão pra atender o telefone fixo. O pai da Nara me disse: 'houve um acidente com o Rodrigo'. Ouvi pela voz que era alguma coisa grave. Na hora falei: 'morreu?' [Ele respondeu]: 'caiu da janela'", contou. Imediatamente ao saber do acidente, ele pegou um avião de Manaus para o Rio de Janeiro e disse que dormiu durante todo o trajeto por ter sido medicado. O artista explicou que os investigadores colheram relatos de testemunhas, como a de uma camareira de um prédio e "Um delegado de polícia ouviu uma testemunha, uma camareira do prédio em frente viu o que aconteceu. Ele [Rodrigo] fazia análise... O analista dele falou: 'absolutamente não há a menor possibilidade, o suicida dá sinais'. Foi acidente mesmo. O delegado que investigou, primeiro, falou assim: 'Quem se suicida, se lança. Seu filho caiu e foi batendo no prédio. A queda é diferente'", explicou. Pai de outros quatro filhos, Bia, Theo, Ana e Cristiano, José de Abreu afirmou que ainda não se recuperou da dor de perder Rodrigo. "É uma dor que não acaba. É a vida invertida", completou.
Frota foi anunciado na equipe de transição pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).
Além de Frota, tinham sido anunciados os deputados Marcelo Calero (PSD), Túlio Gadêlha (Rede), Benedita da Silva (PT) e Jandira Feghali (PCdoB) na área cultural.
Ex-ator de novelas na TV Globo e no entretenimento adulto, Alexandre Frota se engajou politicamente durante as manifestações em defesa do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Em 2018, ele foi eleito deputado federal pelo PL, à época como um ferrenho defensor de Bolsonaro. Posteriormente, ele se tornou opositor do atual presidente, mudou de partido e no pleito de 2022 endossou a candidatura do petista.
FONTE: Tiago Minervino – Colaboração para Splash, em Maceió
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