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21/03/2023 às 07h06 - atualizada em 21/03/2023 às 09h11

Acta

MACEIO / AL

Em mandado de prisão, juiz da Lava Jato diz que doleiro tem dívida com a Receita e caráter voltado a 'crimes do colarinho branco'
Defesa de Alberto Yousseff criticou decisão e disse que vai recorrer. Juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, determinou prisão preventiva.
Em mandado de prisão, juiz da Lava Jato diz que doleiro tem dívida com a Receita e caráter voltado a 'crimes do colarinho branco'
O doleiro Alberto Yousseff em CPI, em 2015 — Foto: Reprodução

A ordem de prisão preventiva do doleiro Alberto Youssef, cumprida nesta segunda-feira (20), afirma que o investigado não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados e o considera um cidadão com "enorme periculosidade social e caráter voltado à prática de rimes financeiros de colarinho branco".


A decisão é do atual juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, responsável pelos processos da Operação Lava Jato. Youssef foi preso nesta tarde pela Polícia Federal (PF) em Itapoá (SC).


O doleiro deve chegar ainda nesta segunda em Curitiba, onde já tinha ficado preso. Nesta terça-feira (21) está prevista audiência de custódia no início da tarde.


O advogado de Yousseff, Luis Gustavo Flores, disse respeitar a decisão, mas que vai recorrer.


A determinação da prisão preventiva se deu em uma representação fiscal para fins penais que tramita na Justiça Federal desde agosto de 2019 contra o doleiro. O procedimento, porém, teve o andamento paralisado por dez anos pelo acordo de colaboração premiada firmado pelo delator.


De acordo com relatório da Receita Federal de dezembro de 2015, anexado à representação, Yousseff é suspeito de crimes tributários como omissão e fraude em declarações de rendas e bens, por exemplo. Com a suspensão do procedimento, as suspeitas não chegaram a ser apuradas.


Na decisão desta segunda-feira, o juiz da Lava Jato afirma que o acordo firmado entre Yousseff e o Ministério Público Federal (MPF) não abrange, na avaliação dele, o procedimento da Receita Federal.


Caso abrangesse, afirma, "seria uma carta em branco genérica que envolveria toda e qualquer investigação criminal, inclusive de crimes que sequer foram descobertos na data da assinatura do acordo".


Conforme Appio, o doleiro fechou o acordo de colaboração, mas não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados". Assim, o magistrado revogou a suspensão do procedimento.


Ao justificar a prisão preventiva, o juiz cita também que o investigado não estaria atualizando a Justiça sobre o endereço onde mora.


"Nos presentes autos também não se verifica sequer a existência de endereço atualizado do condenado, o que demonstra total desprestígio à justiça federal de seu país, bem como certeza de impunidade", diz trecho da decisão.


O juiz assumiu a 13ª Vara em fevereiro de 2023. Na época, afirmou ao g1 que a Lava Jato "não morreu e não vai morrer" por conta do grande volume de processos ainda em andamento.


Operação Lava Jato


Iniciada em 2014, a Operação Lava Jato foi uma força-tarefa de combate a corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. Boa parte das ações da Lava Jato tramitaram na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, especializada em crimes financeiros e de lavagem de ativos, da qual Moro era o juiz titular.


As investigações feitas pela Polícia Federal revelaram a existência de uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro. O doleiro Alberto Youssef era apontado como um dos líderes do grupo.


Segundo o Ministério Público Federal, a operação devolveu R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos e levou a 174 condenações em 1ª e 2ª instância. O Tribunal de Contas da União estima que o esquema causou prejuízos de R$ 18 bilhões na Petrobras.


 

FONTE: g1

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