Deputado lista uma série de razões que justificam o pedido para a redução do IPI sobre os jogos eletrônicos. FOTO: reprodução

Nos últimos dias temos falado sobre compras aqui neste blog. E hoje surgiu um novo assunto dentro desse tema. É o seguinte: o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), protocolou, junto ao Ministério da Economia, um pedido para a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que pesa sobre os videogames.

No Brasil. jogos eletrônicos são classificados como Jogos de Azar, como as máquinas caça-níqueis que vira e mexe são apreendidas em alguma operação da PF.

Ao site "Boletim da Liberdade", o parlamentar disse que atualmente o IPI varia entre 16% e 40/% sobre os consoles, além de outros tributos, inclusive estaduais.

Ainda segundo ele, os altos impostos estão afugentando as empresas que fabricam os consoles. Um exemplo citado é o da Sony. A empresa anuncidou recentemente que vai fechar sua fábrica de TVs, áudio e câmeras no Brasil. O PS5, que será vendido por cerca de R$ 5 mil, não será afetado pela medida, pois a família de consoles é vendida através de distribuidora.

Kim defende que a redução na tributação fará com que a arrecadação cresça, já que mais pessoas comprarão no mercado legal.

Sejamos sinceros: faz muito sentido. A carga tributária sempre foi a vilã do mercado dos games neste país. Essa foi uma das alegações da Nintendo para sair do Brasil. A empresa voltou este ano, mas na base da importação e com o Switch na casa dos R$ 3 mil. O único console produzido de fato aqui é o XBOX mas, ainda assim, a versão mais parruda da "Series" vem custando o mesmo que o PS5.

O assunto foi parar no Twitter e dividiu opiniões. De um lado, a galera que bateu palma para o "gamers do brasil, um forte abraço" e que providenciou a #PS5eXBOXmaisbaratos. Do outro, o pessoal lembrando que essa não deveria ser prioridade.

E é aí que eu queria chegar. Jogo videogame desde pequeno, adoro essa área, queria trabalhar com ela, etc etc. Mas não sou cego. E você, leitor, também não deveria ser. A pandemia afetou e muito nossa economia, que já não era exemplo há muito tempo. O Real desvalorizado ante o Dólar, a carga tributária pesada e a inflação afetam o bolso de todo mundo. Comprar arroz e feijão e não deixar metade do salário/auxílio emergencial no caixa do mercado tem se tornado um desafio cada vez maior.

Baratear preço de videogame não deveria ser prioridade neste momento. Os preços dos consoles hoje estão impraticáveis, e mesmo que você os barateie agora, a maioria da população não vai conseguir comprar. Infelizmente, é nicho. Barateando, ainda vai ser nicho.

Nosso ministro da Economia parece estar perdendo a mão e também a moral, visto que sua última tentativa de dar uma coletiva de imprensa terminou com o homem sendo arrastado para longe dos microfones por um deputado e outro ministro. Isso na frente das câmeras, que transmitiam tudo ao vivo. O mundo olha para o país com desconfiança. O esforço deve ser para fortalecer nossa economia, para valorizar nossa moeda para que, lá na frente, todo mundo possa comprar o console que quiser... mas antes consiga comprar arroz.

Prioridades, gente. Prioridades. Massa que o deputado goste de jogar e tal, mas da lista de coisas que nossa economia precisa agora, a redução de impostos dos games não é urgente. Uma vez que, quem não compra jogos porque são caros, vai continuar sem comprar. Fato.

Em tempo: no trecho do pedido divulgado pelo deputado, não aparece o Switch. Na tag também não aparece. Só quem pede é jogador de COD, né? Ora pois...