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03/05/2021 às 20h10

Acta

MACEIO / AL

Polícia indicia Dr. Jairinho e a mãe do menino por homicídio duplamente qualificado
Inquérito foi encerrado sem que Monique fosse ouvida novamente e com pedido de prisão preventiva do casal
Polícia indicia Dr. Jairinho e a mãe do menino por homicídio duplamente qualificado
De acordo com as investigações, Jairinho dava bandas, chutes e pancadas na cabeça do menino, que morreu no último dia 8 de março Foto: Guito Moreto / Agência O Globo

 O delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), concluiu, nesta segunda-feira, dia 3, o relatório do inquérito que apura a morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos. No documento, são indiciados a mãe do menino, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e o namorado dela, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por emprego de tortura e impossibilidade de defesa do menino. O parlamentar também foi indiciado duas vezes por tortura, e a professora uma vez, por conta de outros episódios de violência praticados contra Henry — inclusive um relatado pela babá em tempo real à professora, durante a tarde de 12 de fevereiro.


Um pedido à Justiça de conversão da prisão temporária do casal em preventiva também foi feito. Os dois já encontram-se atrás das grades desde o dia 8 de abril, sob acusação de tentar atrapalhar as investigações. O relatório está sendo encaminhado ao promotor Marcos Kac, do Ministério Público do Rio, que deverá oferecer eventual denúncia à juíza Elizabeth Louro Machado, titular do II Tribunal do Júri, nos próximos dias.


Com a conclusão das investigações, Monique não será ouvida pela segunda vez na delegacia, como havia sido solicitado por sua nova defesa. Ao assumirem o caso, os advogados Thiago Minagé, Hugo Novaes e Thaise Mattar informaram que a professora acenava por uma vontade de “contar a verdade” sobre o que ocorrera no apartamento 203 do bloco I do condomínio Majestic, no Cidade Jardim, na madrugada de 8 de março. No primeiro depoimento, oito dias depois, Monique contou ter encontrado o filho no chão, com pés e mãos gelados e olhos revirados, e disse acreditar que ele tinha caído da cama.


— A nossa estratégia é que ela diga a verdade. A prisão de Monique foi a melhor coisa que aconteceu, foi a libertação contra a opressão e o medo. E a Monique precisa ser ouvida, até agora ela não falou por ela — disse, no último dia 14, a advogada Thaise Mattar.


Em mensagens recuperadas no celular da professora pela Polícia Civil, que constam no inquérito e foram obtidas com exclusividade por O GLOBO, Monique demonstrava já ter vontade de montar uma estratégia de defesa separada, em 16 de março. “Vou procurar outro advogado. Sabe por quê? Porque ele é seu advogado e não o meu. Se for para defender alguém, será você, não a mim”, escreveu ela a Jairinho.


Em cartas escritas por Monique da cadeia, a professora afirma ter combinando com Jairinho uma “versão inventada” sobre a morte de Henry. A estratégia teria sido, segundo ela, a condição dada pelo advogado André França Barreto para defender o casal no inquérito que os investigava pelo homicídio.


Ainda de acordo com Monique, no dia seguinte ao enterro do filho, no Cemitério do Murundu, em Realengo, ela estava na casa do sogro, o policial militar e ex-deputado estadual Jairo de Souza Santos, o Coronel Jairo (MDB), quando recebeu a visita de André. O advogado teria se apresentado dizendo ser casado, pai de quatro filhos, religioso, inclusive tendo estudado para ser padre, e alegando “não pegar casos de homicídios se não acreditasse na inocência dos clientes”.


O casal foi preso nas casas de seus familiares, em Bangu, exatamente um mês após a morte de Henry. Quatro dias depois, os advogados de Monique entregaram na 16ª DP uma procuração assinada pela moça dando poderes a eles como seus novos representantes. Entre as novas informações que seriam prestadas na delegacia está a de que a professora sofria uma rotina de agressões por parte de Jairinho, tendo sido até enforcada por ele no apartamento.

FONTE: G1

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