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10/05/2021 às 18h05

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Doria diz que 10 mil litros de insumos da CoronaVac estão travados na China
Quantidade equivale a 18 milhões de doses de vacina; governador teme atraso na imunização da população
Doria diz que 10 mil litros de insumos da CoronaVac estão travados na China
Imagem: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse hoje que há 10 mil litros de insumos da vacina CoronaVac travados na China à espera de autorização para envio para o Brasil. Segundo Doria, esses litros representam 18 milhões de doses de vacina contra a covid-19. Os milhares de litros de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) estão, diz Doria, parados nos refrigeradores do laboratório Sinovac Biotech, que desenvolve a vacina na China. O governador acusa o governo federal de estar causando problemas diplomáticos com o país asiático, o que estaria atrasando o envio dos insumos e, assim, retardando ainda mais a vacinação no Brasil.


O governador participou hoje de um evento de vacinação para pessoas com Síndrome de Down no Instituto Jô Clemente, na zona oeste da capital paulista. O pequeno espaço reservado para o momento da vacinação causou uma aglomeração de funcionários, cinegrafistas e jornalistas. "Temos o temor [de atrasar a vacinação]. Faltam insumos. Por quê? Porque o governo da China não autorizou o embarque. Temos 10 mil litros prontos e aguardando a liberação do governo da China. São 18 milhões de doses. É muito necessário para o Brasil. É um problema diplomático, um problema que se dá pelas manifestações sucessivas erráticas e desnecessárias pelo governo federal, do presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e seus ministros", disse o governador.


Desde o começo do mês, os diretores do Instituto Butantan temem que os próximos lotes de insumos da vacina cheguem atrasados ao Brasil e prejudiquem a meta de enviar 30 milhões de doses às cidades do país em maio. Há o risco de não haver mais entregas de vacinas por tempo indeterminado a partir desta semana. A pouca oferta de CoronaVac desabastece as cidades do país e atrasa a aplicação da segunda dose nas pessoas que já receberam a primeira. Em São Paulo, por exemplo, os estoques de CoronaVac estão reservados apenas para a segunda aplicação da vacina.


A expectativa é que o governo da China dê uma resposta sobre o prazo de envio dos próximos lotes até quarta-feira (12). Doria relatou que houve uma reunião virtual na última sexta-feira (7) entre o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, o presidente do Butantan, Dimas Covas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, para tratar da liberação dos insumos. "Nós já interferimos [na negociação pela liberação dos insumos]. Falamos com o embaixador da China, que tem sido atencioso e correto com o governo de São Paulo", concluiu Doria.


Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mais uma vez fez atacou a China, chegando a falar sobre uma possível "guerra química" e os interesses políticos e econômicos dos chineses com a pandemia. Tanto a CoronaVac quanto a vacina produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) são provenientes de insumos enviados pelos chineses. Doria lembrou esse fato e, de novo, criticou Bolsonaro.


"Os insumos da AstraZeneca também vêm da China e [por causa dos ataques] também não chega para Fiocruz. Se precisamos dos insumos da China, por que o governo federal fica hostilizando a vacina chinesa?", indagou o governador.

FONTE: UOL

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