15/06/2021 às 17h41 - atualizada em 16/06/2021 às 07h25
Felipe Farias
Maceió / AL
Os carros elétricos terão três vezes mais componentes de cobre que a frota convencional. E este é um dos focos da produção do metal, que sairá do Agreste alagoano, em especial, para China.
De início, o escoamento se dará por um porto em Sergipe, mas, há negociações com a administração do porto de Maceió para que se incorpore à estrutura logística de embarque da produção, em particular, após ser concluída a duplicação da rodovia AL-220, no trecho ligando Arapiraca à capital.
As informações foram passadas por dirigentes de Appian Brazil, plataforma nacional da Appian Capital Advisory LLP, fundo de investimentos privados, com sede em Londres e que atua exclusivamente em mineração e metalurgia.
A Appian Capital Brazil detém o controle acionário da MVV (Mineradora Vale Verde), por sua vez, a responsável pelo Projeto Serrote, uma mina de cobre situada em Craíbas, vizinha à Capital do Agreste alagoano.
O próprio CEO da Appian Brazil, Paulo Castellari, além de outros executivos da controladora e da MVV, concederam entrevista coletiva nesta terça-feira (15), à tarde, para marcar a Cerimônia de Conclusão das Obras do Projeto Serrote.
Com isso, a mina passará a produzir. Dentro de um ano e meio (18 meses), entrará em plena capacidade e, a partir daí, produzirá 50 mil toneladas por ano de concentrado de cobre, com índice de concentração do metal de 40% – segundo os operadores, uma média acima da do mercado, apontado para a melhor qualidade do metal explorado no Agreste alagoano.
Além de Castellari, participaram, concedendo a coletiva, o diretor de Assuntos Corporativos, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Appian Brazil, Silvio Lima; o gerente geral de Operação da MVV, Tony Lima; e o gerente geral de Implantação da MVV, Leandro Tunussi.
A coletiva, concedida no formato virtual, teve a participação de representantes da mídia alagoana e de veículos especializados em mineração, de âmbito nacional.
A previsão é de que a mina tenha período de operação de 14 anos, mas, segundo eles, há “toda a confiança nessa extensão”, quando indagado sobre perspectivas de a mina operar além desse prazo.
De acordo com a empresa, já foram confirmadas reservas que totalizam 52 milhões de toneladas e estimado um volume ainda maior: 85 milhões de toneladas.
Durante as obras, o projeto empregou cerca de 2 mil pessoas, contingente que os executivos fizeram questão de destacar, “composto em 70% por alagoanos, a maioria craibenses e arapiraquenses”.
Na função de operadores, por exemplo, a participação de pessoas da região foi de 100%.
Na operação da mina serão absorvidas cerca de 700 pessoas, mantida a proporção de 70% de mão-de-obra local, mas, tendo ainda a perspectiva de criação de 3 a 4 postos de trabalho, no mercado da região, para cada pessoa diretamente empregada.
E acrescentaram que, apesar de o escoamento se dar por estado vizinho, não haverá prejuízo fiscal para Alagoas, pela condição de local gerador do produto exportado.
Indagado sobre temas presentes no noticiário em geral, no que se refere ao setor (também assunto marcante para os maceioenses), quando se fala em exploração mineral, Castellari foi taxativo: “não é negociável”, disse, referindo-se à segurança – após questionado de que a lembrança, no Brasil, refere-se a tragédias como a de Brumadinho e, em particular, em Maceió, aos danos a toda à região do Pinheiro, Bom Parto, Mutange e Bebedouro, pela mineração da Braskem.
“Nossa opção é agir sem tomar nenhum atalho, temos todos os controles”, acrescentou.
“Não há jeitinho”, endossou Lima, apontando que, na condição de empresa que opera em diferentes mercados, as normativas são as do padrão internacional, às vezes, mais rigorosas que as do ambiente nacional.
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