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Brasil

21/06/2021 às 14h02

Felipe Farias

Maceió / AL

Flávio Dino, governador do Maranhão, e Marcelo Freixo vão se filiar ao PSB
Saídos de partidos nos quais consolidaram suas carreiras, os dois deixaram suas antigas legendas recentemente
Flávio Dino, governador do Maranhão, e Marcelo Freixo vão se filiar ao PSB
Postagem de Freixo, convidando para o ato de filiação: tempo de ligação chegou a fazê-lo “a cara” do PSOL; assim como Dino era a do PCdoB.

O governador do Maranhão, Flávio Dino, e o deputado federal pelo Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, filiam-se ao PSB nesta terça-feira (22).


O anúncio foi feito em rede social, por este último.


“Amanhã, às 11h, eu e o governador Flávio Dino vamos nos filiar ao PSB”, diz um trecho da postagem, de poucas linhas, do parlamentar fluminense, em seu perfil numa rede social.


A mudança chama atenção nos espaços políticos por uma série de fatores.


A começar pela associação que ambos têm a seus respectivos partidos, aos quais estavam ligados havia muito tempo; têm suas trajetórias enaltecidas como exemplo pelos filiados e militantes e, em particular, pela projeção adquirida nos últimos anos.


Freixo como um dos nomes da esquerda em seu estado; Dino, citado como exemplo de gestão num estado nordestino marcado pela pobreza e desigualdades sociais.


E que, até pouco tempo, era lembrado como reduto de um dos caciques da política brasileira: o ex-presidente José Sarney.


Entre os episódios mais recentes, estão o avanço na vacinação e, em particular, a autuação aplicada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que em visita ao Maranhão protagonizou aglomerações, violando normas de distanciamento impostas pelo governo estadual.


Também se notabilizaram como ferrenhos críticos ao governo Bolsonaro.


Em relação à vacinação, por exemplo, que chega a faixas etárias mais baixas, enquanto a gestão do governo federal na área apenas patina, o desempenho maranhense chegou a virar o meme (ironizando a crítica de apoiadores bolsonaristas) “delírio comunista é...”.


Foi a ele, aliás, que Bolsonaro se referiu, quando cometeu um de seus atos de desrespeito, chamando Dino de “paraíba”, em áudio vazado de reunião, em Brasília.


O termo é usado de maneira preconceituosa por moradores de outras regiões brasileiras para se referir aos nordestinos em geral.


A mais recente foi quando Bolsonaro disse que pessoas que o criticaram, no avião em que resolveu entrar, no aeroporto de Vitória (ES), deveriam “viajar de jegue” – transporte usado em rincões pobres no interior nordestino.


Despedida



O primeiro a deixar seu partido foi Freixo, que na mesma rede social, postou uma nota, com agradecimentos e despedida ao PSOL, partido que integrava desde 2005.


A saída do governador de seu partido, o PCdoB, foi comunicada no final da semana passada.


Outro fator que destaca o movimente, em especial, é porque ambos vão se filiar a uma mesma legenda: o PSB, que tem à frente o governador de Pernambuco, Paulo Câmara.


Em Alagoas, o partido foi dirigido pelo ex-governador Ronaldo Lessa, hoje no PDT – assim como seus aliados de primeira hora, foram nomes ligados à legenda, a exemplo da ex-prefeita de Maceió, Kátia Born, e do ex-secretário de Saúde, Jurandir Boia.


Hoje, é o partido a que está filiado o prefeito de Maceió, JHC.


Na postagem sobre o ato de filiação de Marcelo Freixo e Flávio Dino, o parlamentar fluminense (que pretende concorrer ao governo de seu estado, no que vem) continua:


“O ato será realizado em Brasília, com transmissão ao vivo nas nossas redes e nas do PSB”, escreveu.



É a intenção de chegar ao Palácio Guanabara a justificativa apresentada por Freixo para deixar o PSOL: a possibilidade maior de firmar alianças – entre as quais não descarta sequer o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).


“Juntos vamos fortalecer mais uma frente de luta em defesa da vida, dos direitos do povo brasileiro e da democracia”, conclui Freixo, referindo-se ao futuro companheiro de legenda, o governador maranhense Flávio Dino.

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