07/08/2021 às 09h38 - atualizada em 07/08/2021 às 18h24
Felipe Farias
Maceió / AL
Desde o início do ano, um grupo que começou ligado a movimentos sociais no campo se dedica a uma produção diferente: homenagear um dos mais respeitados e queridos apreciadores da chamada sétima arte em Alagoas.
O curta-documentário “O menino e a caixa de sapato: A história de um cinéfilo” ainda está em fase de produção e se depara com a morte do próprio protagonista.
Tido inicialmente como “crítico de cinema”, o professor universitário Elinaldo Barros, falecido no último 23 de julho, era, sobretudo, um apaixonado por tudo que se referisse à “telona”.
“Muito do que fizemos, neste primeiro momento, antes da produção começar oficialmente, pode ser considerada uma reinvenção, porque tivemos que nos adaptar à pandemia”, afirmou a produtora executiva, Raquel Brandão. Segundo ela, “desde a inscrição no edital até toda a compra de equipamentos, seleção e contratação da equipe, se deu de forma remota, confirmada por reuniões virtuais, aquelas de videochamada”, disse a produtora.
Ela é uma das integrantes da equipe do Laboratório Integrado de Cultura e Comunicação Comunitária (Labcom), segundo o próprio grupo, “formado para dar sequência à produção audiovisual, é um coletivo formado por profissionais da área de comunicação e fomento”.
“Criado em 28 de novembro de 2016, para atender às demandas dos Movimentos Social, Agrário e Sindical em Alagoas como um projeto de Estudos e Pesquisas que tem a finalidade de proceder com a qualificação e a formação continuada de agentes culturais e comunicadores comunitários e populares, servindo de espaço privilegiado para o aprendizado prático, através de estágio, treinamento e aperfeiçoamento para estudantes e profissionais que atuam nas áreas acadêmicas da comunicação social (Jornalismo, Radialismo, Relações Públicas e Publicidade, Cinema e Produção Editorial)”, conforme material distribuído pelo grupo.
Segundo lembram, “em 2020, o grupo viu a situação se agravar na área do audiovisual, tomando por solução a reorganização em grupo e inédito roteiro para disputar um dos prêmios que seriam distribuídos em virtude de apoios a grupos e profissionais liberais na área do audiovisual que estariam sendo prejudicados com acirramento da pandemia e o consecutivo afunilamento das condições de trabalho e renda na área da cultura, das artes e, principalmente, no segmento, audiovisual”.
“Já vamos em 5 meses de produção, por vezes interrompidas, seja por reformulação da equipe, seja por situações de saúde, óbito ou falecimento de pessoas próximas à equipe ou à coordenação, e, agora, esta perda inestimável do próprio protagonista do curta-metragem documentário”, relata um dos integrantes da equipe.
“Professor Elinaldo, produtor cultural e fomentador de cinema, como era conhecido por seus amigos, sempre assumiu sua preferência pelas Belas Artes e se tornou referência para formadores de opinião e professores de Artes nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, tinha uma legião de fãs e deixou um legado de amor à Arte, no incentivo a atividades de fomento à produção em audiovisual, que servirá para as próximas gerações”, diz outra passagem do material do grupo.
“O objetivo do curta-metragem documentário é construir memórias, significados e fomentar a formação de público à produção audiovisual. Para que juntos exerçamos o papel cidadão de formar público para assistir às produções de cinema locais, regionais, nacionais e internacionais, para fomentar a produção, a reflexão, a distribuição do cinema e dos produtores e favorecer a construção da história e da memória do audiovisual em Alagoas”, afirmou o diretor cinematográfico, Benival Farias – Beny ou Barbam, como também é conhecido.
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