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03/10/2022 às 21h22

Felipe Farias

Maceió / AL

Pauta de costumes
No primeiro turno, Bolsonaro ganhou
Pauta de costumes

Pauta de costumes. É o tema da vez. Não confundir com falta de costumes, que, no fundo, tem a ver, mas, o termo é “pauta” – mesmo.


É a expressão usada por analistas para explicar a eleição de figuras como Damares Alves senadora pelo Distrito Federal, Rogério Marinho (RN), Marcos Pontes (SP) e Tereza Cristina (MT), além do vice-presidente, Hamilton Mourão (RS).


São todos associados à cartilha de princípios difundida pelo bolsonarismo e assimilada pela população brasileira que o segue e que apesar das denúncias de corrupção e de fatos já tidos e havidos de misoginia, falta de empatia e de outros desrespeitos tantos, continua a vê-lo como exemplo a ser seguido.


Parcela que foi bem maior do que apontavam as pesquisas, mostrando que Bolsonaro ganhou, sim, no primeiro turno – pelos aliados e alinhados que elegeu ou reelegeu, para governos estaduais, Senado e Câmara dos Deputados.


Além dos aliados e alinhados que, no caso de governos, colocou no turno final da eleição.


E até por aparentes adversários, como o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro, eleito senador pelo Paraná.


Não custa lembrar que Moro resume a aversão dos bolsonaristas ao PT e a Lula; personifica a prática de colocar o ex-presidente “na cadeia” e que, mesmo se desentendendo com o ex-chefe, continua a incorporar para essa parcela de brasileiros o bastião da moral e dos bons costumes.


E que a exemplo do que se dá com a misoginia e os outros males, os seguidores de Bolsonaro não enxergam irregularidade nenhuma de um juiz “acertar” as coisas com o responsável pela acusação para colocar um réu na cadeia de qualquer jeito.


Responsável este o então mandachuva da Lava-Jato no Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol; não por acaso, também eleito.


E como explicar Ricardo Salles?


Ué, simples: passou a boiada.


Aliás, é ele que bem resume o efeito “pauta de costumes” bolsonarista e seu reflexo na sociedade, resultado desta eleição, a partir da excelente comparação do colunista de O Globo, Lauro Jardim.


O ex-ministro da pasta responsável por proteger o maior patrimônio do Brasil – a biodiversidade e os recursos naturais – propunha com a famigerada expressão que se fizesse tudo, menos proteger o que temos de maior do mundo nesse quesito.


O ex-ministro do Meio Ambiente acusado de envolvimento com o esquema de envio ilegal de madeira para o exterior teve o triplo dos votos de Marina Silva, a liderança política brasileira mais associada com a defesa de causas ambientais.

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