28/11/2022 às 20h06
Acta
MACEIO / AL
Quando renunciou à exclusividade de transmitir a Copa do Mundo nos canais digitais, a Globo não contava com o concorrente que surgiu e vem se consolidando após uma semana do mundial do Qatar: Casimiro Miguel.
O streamer, que rejeita a TV aberta em nome da sua independência, viu a Cazé TV bater recordes durante a transmissão da vitória do Brasil contra a Suíça pelo YouTube.
Os números preliminares, verificados durante o jogo, mostram que Casimiro fez a maior transmissão online de futebol do Brasil e deve emplacar como a live mais assistida simultaneamente da história do YouTube.
Foram 4,85 milhões de espectadores simultâneos no serviço do Google, mais 331 mil pessoas na Twitch.
Segundo a plataforma PlayBoard, o recorde até então era do lançamento de um foguete da SpaceX, de Elon Musk, que reuniu 4,08 milhões de espectadores em maio de 2020.
No início do ano, o site Metrópoles noticiou uma oferta da Globo para contratar Casimiro. Em entrevista recente ao colunista de Splash Lucas Pasin, o streamer disse não ter tido propostas da TV aberta, mas adiantou que, caso cheguem, as ofertas serão recusadas por ele. "A TV aberta pede um formato diferente, e o meu não caberia lá.
Esse contato direto com o público, é algo difícil para eles, são mundos diferentes. Não vejo como uma concorrência, mas sim como mundos complementares", afirmou Casimiro ao UOL. Os mundos de fato são complementares, ainda há audiência para todos — a Globo fez os dois melhores números de ibope do ano nas partidas da seleção — mas é certo de que as alternativas surgem em um mercado publicitário em que não há dinheiro infinito. É de se compreender a decisão de Casimiro.
Além de estar fazendo história com um canal que leva seu nome, o streamer conseguiu, mantendo a sua autenticidade, fazer algo que antes só parecia possível através da Globo: transmitir grandes jogos.
Antes da Copa, só nesse ano ele fez campeonatos estaduais e o Brasileirão nas suas plataformas, além da Copa do Brasil em parceria com o Amazon Prime Video.
Tudo isso ao modo de Casimiro. As transmissões têm bastante humor, tanto nos comentários da partida em si quanto na reportagem in loco, além dos comentários espontâneos e humanos que fizeram o streamer ser bem-sucedido.
Em um comentário bonito, ele direcionou um agradecimento especial a motoristas e entregadores por aplicativos, médicos e enfermeiros e outras categorias que não suspenderam o trabalho para assistir aos jogos, "mas que estão conseguindo dar uma espiadinha aqui pela live".
Não que a Globo esteja jogando parada.
A emissora proporcionou transmissões ao vivo pela Globo.com e pelo Globoplay, com a volta momentânea de Tiago Leifert ao esporte do grupo. Mas os números e a presença de grandes patrocinadores na transmissão de Casimiro mostram que há uma concorrência robusta a caminho.
Na internet, além de Globo e Cazé TV, os jogos passam no Fifa+, streaming da federação.
O Star+, do grupo Disney, adquiriu o direito de compactos dos jogos.
Quem não pagou tem direito apenas a trechos, com delay.
O streamer precisou de um acordo com a LiveMode, empresa parceira da Fifa para as transmissões digitais, para viabilizar a cobertura.
Segundo o colunista do UOL Marcel Rizzo, a Fifa buscava um rosto capaz de representar uma concorrência ao domínio do grupo Globo nas plataformas digitais, diante do receio de grandes empresas de streaming de disputar a preferência do público com as plataformas da emissora.
Casimiro é único — e os seus resultados à frente das câmeras mostram isso. Mas na Copa do Qatar, ele está abrindo uma avenida pela qual outros criadores de conteúdo e empresas certamente tentarão trafegar nos próximos anos, ainda mais diante da perspectiva da Globo não ter mais a exclusividade em TV aberta e fechada a partir do mundial de 2026. Resta saber se terão o mesmo sucesso.
FONTE: Lívia Venaglia – Splash/SP
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