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24/12/2022 às 11h40 - atualizada em 24/12/2022 às 23h33

Derek Gustavo

Maceió / AL

Análise: Sonic Frontiers (Nintendo Switch)
O novo jogo do azulão inova, mas deixa claro que, dessa vez, o Sonic Team saiu atirando para todos os lados pra ver se acertava alguma coisa. Funcionou... mais ou menos.
Análise: Sonic Frontiers (Nintendo Switch)
Blog analisa Sonic Frontiers, o novo jogo da franquia da Sega. FOTO: divulgação

Sonic Frontiers é o mais novo jogo 3D do ouriço azul da Sega. Depois de uma experiência bem mais ou menos com Forces (o jogo anterior da franquia. Depois eu falo sobre ele aqui no blog), a expectativa em cima do primeiro jogo de "mundo aberto" do personagem era altíssima.


Mas será que deu certo? Bem...


A história de Frontiers começa com Sonic, Tails e Amy voando no Tornado quando, de repente, o avião é sugado por um portal e vai parar nas Starlfall Islands, cenário onde o jogo se desenrola. Isso é quase a mesma coisa que acontece na abertura de um jogo anterior da franquia, o "divisor de opiniões" Lost World, onde Sonic e Talis, perseguidos por Eggman, vão parar no Lost Hex, um planeta que fica no meio das nuvens... É... 


Enfim. Sonic acorda sozinho e começa a procurar por seus amigos, que foram (fisicamente) aprisionados no Cyberespaço. Eles ainda interagem, mas os outros personagens aparecem como uma espécie de holograma, já que seus corpos físicos estão em outro plano. Depois, Sonic descobre que Knuckles e Eggman (o vilão) também estão lá. O jogo mostra como o cientista foi parar lá, mas sobre o echidna, só assistindo ao curta animado publicado pouco antes do lançamento do jogo, no Youtube.


Com exceção de Eggman, você precisa resgatar seus amigos e, para isso, terá que recolher "itens mnemônicos" (odeio esse nome). Para cada quantidade de itens recolhida, você libera uma interação com o personagem daquela ilha. Os itens, inclusive, têm formato de algo que lembra o amigo a ser resgatado: com Amy, são corações (já que ela ama o Sonic); com Tails, ferramentas (o mecânico da turma); e com Knuckles, medalhas de bravura. Ninguém explica o motivo, mas enfim.


O jogo introduz uma nova personagem, Sage (Troque o 'a' e o 'e' de lugar e veja a mágica acontecer). Ela é uma inteligência artificial, que passa boa parte do jogo perseguindo o Sonic e dizendo que o destino dele está selado. No decorrer da história, ela vai percebendo algumas coisas que, lá no final, fazem com que ela surpreenda o jogador. A construção da narrativa faz com que ela seja um das peronagens mais complexas da franquia.


E aqui vale um adendo: a história de Frontiers é uma das mais sóbrias da série. A Sega convocou Ian Flynn, autor das histórias em quadrihos do ouriço, para escrever o roteiro do jogo. E ele fez um trabalho muito competente. Os personagens estão mais maduros (o que dá para perceber claramente no tom mais sério e grave da dublagem) e com uma personalidade mais forte, bem mais interessante de acompanhar. E mais: Sonic e seus amigos fazem referência o tempo todo aos jogos anteriores da franquia. Ou seja, é tudo canônico. Isso é legal, e fica a expectativa para saber o que mais o Sonic Team fará com isso.


Jogabilidade e gráficos


Sonic Frontiers dá uma mexida na jogabilidade clássica da série e traz um inédito sistema de progressão. Agora, você precisa evoluir a velocidade, a força, a defesa e a quantidade máxima de rings que podem ser carregados. Para isso, tem que recolher sementes, para a força e a defesa; e Koroc... digo, Kocos, que são pequenas criaturinhas de pedra, utilizados para ampliar sua velocidade e a 'carteira' de anéis.


Não se preocupe em ficar revirando cada cantinho das ilhas. Você vai 'tropeçar' (em alguns casos, literalmente) nesses itens. Eles estão espalhados por todos os lugares. 


E na busca por esses itens, um novo movimento do ouriço pode ajudar: o cyloop. Quando acionado, Sonic brilha e, se você desenhar um círculo no chão, pode encontrar itens enterrados. E também atacar inimigos. Ou resolver puzzles. É versátil nesse nível. E se você desenhar o símbolo do infinito, ainda garante uma barrinha de boost que não acaba.


Por falar em movimentos, Sonic agora tem acesso a uma série de ataques. O jogo tem até sistema de combo, para você ter uma ideia. Os comandos dos golpes não são difíceis de decorar, e até se você ficar apertando todos os botões, vai funcionar. E melhor: uma das habilidades que pode ser desbloqueada permite que você ataque e faça combos com um único botão. Como não testei isso, não sei dizer se funciona, mas é uma opção.


Esses combos serão utilizados várias vezes, já que o jogo investiu pesado em subchefes, aqui chamados de guardiões. Tem vários espalhados pelos cenários. As batalhas geralmente envolvem um puzzle ou uma corrida, e depois, pancadaria. Para mi, ficou bem claro que o Sonic Team ficou sem criatividade na metade da lista, porque em determinado ponto, as ideias se repetem (correr atrás do chefe, deslizar sobre corrimãos para alcançá-lo, derrubar partes de uma torre para atacar a cabeça... Você vai fazer isso mais de uma vez. E é muito cansativo). De todos os guardiões que enfrentei, gostei apenas de dois: Asura, um robô gigante que, para atacar, você precisa correr pelos braços dele; e Ghost, que introduz a batalha de uma forma diferente dos demais. 


E como se não bastasse repetir ideia entre os guardiões, os chefões - titãs - seguem a mesma estratégia. Sabe o Asura, que citei no parágrafo anterior? Logo o primeiro titã repete a ideia de correr pelo corpo dele para alcançar a cabeça. Nessas batalhas você controla o ouriço em sua forma Super. A trilha sonora é massa. Mas as batalhas são chatas e repetitivas, se inspirando até demais no último chefão do Adventure 2. 


E o pior: a batalha final de Frontiers é fácil demais. Nesse quesito, Forces passa na frente, mas por causa do péssimo controle daquele jogo...


Para fechar, vamos falar dos gráficos. As Starfall Islands são muito bonitas. Creio que tenha sido proposital o fato delas não remeterem a nada do universo Sonic (o Lost Hex era um ambiente diferente, mas muito fácil de reconhecer), partido para o fotoralismo. É um pouco estranho ver um ouriço azul antropomórfico no meio daquele ambiente, mas você se acostuma.


A versão Switch é a mais fraca, graficamente falando. E se você estiver jogando numa tela grande no modo dock, os efeitos simplificados vão gritar na sua cara (as árvores 2D pixeladas, da época do Wii, a poucos metros da câmera são minhas favoritas). Mas o jogo roda bem, sem muitos slowdowns visíveis. Se você faz muita questão por gráficos, não tenho como recomendar essa versão, infelizmente. Se você, assim como eu, só tem o console da Nintendo, pode jogar tranquilo, porque...


Veredito


... o jogo é bom. Eu acompanho a série desde o Mega Drive. Adventure 1, o primeiro jogo realmente 3D do ouriço, é um dos meus favoritos. Vi os jogos evoluindo, até chegarem em Frontiers, e ele cumpre muito bem seu papel de introduzir um novo conceito aos fãs. É uma salada de frutas de ideias, algumas boas outras nem tanto, mas no fim das contas, vale a pena dar uma chance. Ainda mais sabendo que o Sonic Team tem uma série de conteúdos pós-lançamento previstos até o ano que vem.


Frontiers não é meu favorito, mas gostei um bocado. Ah, e a trilha sonora, apesar de radicalmente diferente, segue e tradição e se mantém como a melhor coisa do jogo.


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