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31/01/2023 às 16h00 - atualizada em 31/01/2023 às 19h46

Felipe Farias

Maceió / AL

VÍDEO: Caso de pesquisador deportado pode virar incidente diplomático
Professor-doutor da UFAL foi detido em aeroporto do México – ‘meus filhos choraram com fome’
VÍDEO: Caso de pesquisador deportado pode virar incidente diplomático
Imagem da família, já no aeroporto de Bogotá, onde o tratamento foi parecido: não há imagens do México porque celular foi confiscado. (Foto: reprodução)

As autoridades acadêmicas federais de Alagoas vão cobrar que seja tratado como incidente internacional, na esfera diplomática, o caso do professor-doutor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Diego de Oliveira Souza.


Detido em aeroporto da Cidade do México e submetido a arbitrariedades, como ficar incomunicável, passar horas sem se alimentar, o pesquisador acabou deportado.


Os maus-tratos também se aplicaram a seus familiares e no curso de deslocamentos, no aeroporto, quando pôde ir comprar comida, o professor-doutor ia acompanhado de segurança, em flagrante constrangimento.


As mesmas circunstâncias embaraçosas foram cometidas no Aeroporto de Bogotá, na Colômbia, já no trajeto de volta.


“Houve momentos que meus filhos choraram com fome mas não havia ninguém pra me acompanhar”, relata o professor-doutor, em mensagem postada em redes sociais, dirigida às pessoas, em Alagoas, já sabedoras e preocupadas com sua situação.


O trecho final refere-se à impossibilidade de o docente universitário deixar o local em que estava confinado para comprar comida, por não haver alguém que o acompanhasse, exercendo vigilância.


“Meus filhos dormiram no chão”, acrescentou.


O argumento para enquadrar o caso na esfera diplomática, levando para o âmbito federal e cobrando manifestação do governo brasileiro, se baseia na presença de duas autarquias federais que foram, na pessoa do pesquisador professor-doutor, também atingidas no episódio: a UFAL e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o mais importante órgão público de fomento de pesquisa no país.



Em nota cobrando as providências, a Universidade Federal e Alagoas (UFAL), onde o professor-doutor leciona, a instituição destaca que o pesquisador é “docente permanente do PPGSS, o professor-doutor é servidor”, cita, referindo-se ao Programa de Pós-graduação em Serviço Social (PPGSS), vinculado à Faculdade de Serviço Social (FSS) da UFAL.


E acrescenta:


“É servidor responsável, sério e muito querido por toda a comunidade que compõe a FSS e o PPGSS”.


Outra postagem conclama a sociedade à mobilização


“Peço que assinem o abaixo-assinado por favor”, cita, em seu perfil em rede social a professora Valéria Correia, ex-reitora da UFAL e que foi candidata à Prefeitura de Maceió pelo PSOL, nas últimas eleições municipais.


A seguir, a ex-reitora informa que disponibilizou o link para subscrição do abaixo-assinado na bio de seu perfil e acrescenta:


“Ele é um professor valoroso!”


Conforme relato feito pelo próprio professor-doutor, os abusos e constrangimentos começam tão logo chegou ao aeroporto – mesmo de posse de toda a documentação.


“Ao chegar na imigração, apresentei passaportes com os vistos e alegaram que nossos vistos eram falsos”, relatou.


“Mas, emitimos os vistos no consulado do México no Rio [RJ] e nunca vi nada tão absurdo. Fui separado da minha família, sem direito a ligar para ninguém, tiraram meu celular, todos meus pertences, até cadarço de tênis, uma vez que fiquei detido com outros estrangeiros, de todos os casos possíveis”, acrescentou o professor-doutor.


“Não deixavam eu explicar nada, mas eu tentava dizer que era pesquisador financiado pelo CNPQ e que tinha toda a documentação. Não me explicaram nada. Até que umas 10 horas depois me puseram num avião de volta com minha família. A viagem de ida já tinha sido cansativa, fizemos todo percurso de volta. Ficamos mais de 12 horas em Bogotá acompanhados por seguranças”.


“Eu podia sair para comprar água e comida, desde que algum deles estivesse disponível. Houve momentos que meus filhos choraram com fome mas não havia ninguém pra me acompanhar. Meus filhos dormiram no chão. Eu fiquei 3 dias sem dormir e tomar banho. Hoje estamos no Rio, em segurança e planejando a volta para Alagoas”, acrescentou.


“Esse foi meu pós-doutorado”, concluiu o professor-doutor Diego de Oliveira Souza.

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