Texto do jornalista alagoabo Lininho Novais

Nas ruas movimentadas da cidade de Cordália, a história de duas almas, Roberto e Bruno, se desenrolava entre os intricados fios das amizades humanas, onde o interesse e o poder transformador do tempo se entrelaçavam de maneira surpreendente.

Roberto e Bruno eram como as notas e os acordes de uma melodia única. Suas jornadas eram entrelaçadas desde a infância, quando compartilharam sonhos e segredos. Porém, sob a superfície aparentemente inabalável da amizade, um fio frágil de interesse começou a se esticar. Bruno, ambicioso e ávido por progresso, viu em Roberto a conexão que poderia impulsionar sua carreira musical.

Enquanto os anos passavam, a amizade de Roberto e Bruno parecia inquebrável, mas as sombras do interesse de Bruno pairavam. Roberto, atento às nuances, começou a perceber as intenções ocultas de Bruno, o que trouxe uma nuvem de dúvidas sobre sua relação. O tempo, contudo, reservava surpresas que ninguém poderia prever.

À medida que a carreira musical de Bruno decolava, ele percebeu que as conexões que ele construíra não o preenchiam como imaginara. A amizade com Roberto havia sido manchada pelo interesse, e o preço era a solidão em meio aos holofotes. Enquanto isso, Roberto, ferido pela traição velada, encontrou conforto nas amizades verdadeiras que cultivara.

O tempo, como um mestre paciente, trouxe à tona os resultados inevitáveis das escolhas de Roberto e Bruno. O sucesso momentâneo de Bruno estava envolto em uma melancolia que ele não conseguia afastar. No entanto, também proporcionou a oportunidade para Bruno confrontar suas prioridades e arrependimentos, enquanto Roberto aprendeu a perdoar e a encontrar novos camicaminhos.

Anos depois, os destinos de Roberto e Bruno voltaram a se cruzar. As marcas do tempo eram visíveis em suas expressões e experiências. A amizade, uma vez construída sobre o alicerce instável do interesse, estava diante de uma encruzilhada: podia ser redimida através do perdão e da maturidade, ou permanecer como uma lembrança dolorosa do passado.

A história de Roberto e Bruno em Cordália é um lembrete da efemeridade das amizades interesseiras e do poder regenerador do tempo. Enquanto as amizades superficiais podem desvanecer como neblina ao amanhecer, aquelas que resistem à passagem implacável do tempo brilham como constelações eternas, repletas de experiências compartilhadas, perdão e a busca contínua por um significado mais profundo.

FONTE: Por Lininho Novais