O jornalista Lininho Novais. FOTO: reprodução

Há uma sabedoria inerente aos ciclos da vida, um mistério tão antigo quanto a própria terra. Assim como a natureza, nós também somos regidos por esta dança eterna de plantio e colheita.

Lembro-me de um sábio ancião numa pequena cidade no interior de Alagoas, cujos olhos carregavam o peso dos anos vividos, mas a sabedoria de quem compreendia os ritmos do mundo. Sentado à sombra de uma amendoeira antiga, que ficava na praça em frente a sua casa, ele compartilhava histórias sobre o tempo de plantar e colher, mas sua lição ia além das sementes na terra.

“Há tempo para cada estação em nossas vidas”, dizia ele com voz tranquila. “Assim como o agricultor aguarda pacientemente, também devemos nutrir nossos sonhos, plantando ideias e esforços com amor e persistência. Mas lembre-se, a colheita não é imediata; exige paciência e trabalho árduo.”

Sua filosofia não se limitava ao plantio de grãos na terra fértil; era sobre semear bondade nos corações, cultivar relacionamentos e regar os laços de amizade com cuidado. Ele ilustrava que, como a natureza, nossa jornada exige cuidado, atenção e resiliência. Às vezes, as tempestades nos desafiam, mas é na adversidade que aprendemos a crescer.

Ensinou-nos a importância de reconhecer o tempo de cada coisa: a serenidade da espera e a gratidão na colheita. Observar a mudança das estações nos ensina a aceitar o fluxo da vida, a abraçar o fim de um ciclo para receber o início de outro.

E assim, na simplicidade das palavras deste sábio, compreendi que a vida é uma sinfonia de plantio e colheita, uma dança de aprender, semear, crescer e colher. Uma valiosa lição que ecoa através dos tempos: é na compreensão dos ciclos naturais que encontramos a verdadeira essência da existência.