03/12/2023 às 15h27 - atualizada em 03/12/2023 às 23h02
Alberto Lima
Maceió / AL
Um estudo feito por cientistas da Universidade de Lausanne, na Suíça, revelou características incomuns da espécie de morcegos Eptesicus serotinus, também conhecido como morcego-hortelão-escuro: a análise feita a partir da observação desses animais mostrou que os machos têm o “pênis desproporcionalmente grande” e se acasalam a partir de um “abraço” forte que dura até 12 horas seguidas.
O estudo, publicado em 20 de novembro na revista científica Current Biology, observou animais que viviam no sótão de uma igreja holandesa e em um centro de reabilitação ucraniano. O objetivo do grupo foi descobrir a dinâmica de acasalamento dessas espécies, que, por ter hábitos noturnos, foram “negligenciados” pelos estudiosos, afirmam os cientistas. Leia o estudo completo.
E o esforço valeu a pena: a equipe descobriu que o morcego-hortelão-escuro é o primeiro mamífero a ter um “acasalamento por contato”, sem penetração vaginal da fêmea.
Isso ocorre porque o pênis, que mede cerca de 22% do comprimento do corpo, de 38 centímetros, não é viável para ter a penetração. “Com o órgão ereto sete vezes mais longo e mais largo que a vagina, sua possível função torna-se uma questão desconcertante”, cita o estudo. Os cientistas descobriram que, em vez do macho inserir o pênis na vagina das fêmeas, eles usam a parte genitália para afastar a “bainha” da cauda da fêmea — uma membrana que protege a vulva —, permitindo o acasalamento por contato.
Uma vez conectado com a vulva, por contato e não por penetração, o macho fica imóvel até chegar no ápice do ato. “Este padrão copulatório é comum em aves (‘beijo cloacal’), mas permanece não documentado em mamífero. Este estudo revela um novo padrão copulatório em mamífero”, afirma o estudo.
Pelo vídeo divulgado no estudo, as imagens mostram os morcegos agarrando as fêmeas e movendo a pélvis até que o membro ereto fosse pressionado completamente na parceira. Os machos ficam imóveis por uma média de 53 minutos, com a interação que pode durar quase 13 horas.
Os cientistas vão continuar observando o acasalamento dos animais de forma mais natural, investigando a morfologia do membro do macho e o sexo em outras espécies de morcegos.
FONTE: Correio Braziliense
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