10/12/2023 às 13h31 - atualizada em 11/12/2023 às 08h30
Acta
MACEIO / AL
Alguns, ao término de um relacionamento, buscam conforto na acusação, transferindo a responsabilidade como se fosse um jogo. Contudo, esses navegantes muitas vezes esquecem de refletir sobre suas próprias ações. Reconhecem a sombra de sua contribuição para o desfecho?
O narcisista, no palco das despedidas, assume o papel de protagonista infalível. Cercado por espelhos que refletem apenas a imagem idealizada, recusa-se a encarar seus defeitos. Cada deslize é camuflado sob um véu de autojustificação, como se estivesse sempre no papel principal de uma peça teatral.
A recusa em enxergar os próprios defeitos é como uma venda nos olhos da autenticidade, obscurecendo a verdadeira complexidade das relações humanas. O narcisista interpreta sua vida como uma comédia em que é o herói incompreendido, e todos os outros são vilões injustos.
À medida que os aplausos desvanecem e a realidade se impõe, surge a pergunta: Será que essa relutância em reconhecer a própria humanidade não é a maior tragédia? Nas entrelinhas do orgulho, a verdade se dissipa, e a jornada para a redenção própria permanece inexplorada.
No palco dos relacionamentos, que cada ator ouse retirar a máscara do narcisismo, contemplando não apenas a performance alheia, mas também os próprios gestos desafinados. Ao despir-se da pretensão, pode-se encontrar a verdadeira conexão, onde a vulnerabilidade é a força e a aceitação de falhas é o elo que sustenta os laços genuínos.
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