Artigo assinado pelo jornalista Lininho Novais

Diante de tantas mensagens bonitas, principalmente nas redes sociais, uma reflexão se faz necessária diante daqueles que, ao longo do ano, semearam discórdia e desavenças. Não é incomum encontrar quem tenha passado os últimos meses desejando o mal, mas que agora se veste com a roupagem do espírito natalino, como se fosse um ato redentor.

É como se a chegada do Natal fosse um passe de mágica capaz de apagar todas as hostilidades acumuladas. No entanto, não adianta adornar-se com os símbolos da paz e amor se, nos meses anteriores, cultivou apenas sementes de discórdia. É como se tentássemos cobrir feridas profundas com um simples papel de presente.

As palavras bonitas proferidas na época natalina podem soar ocos quando proferidas por aqueles que, no restante do ano, alimentaram rancores e promoveram conflitos. O verdadeiro espírito natalino vai além da decoração reluzente e das mensagens edulcoradas; ele reside na essência de nossas atitudes diárias.

Não se trata apenas de trocar presentes e compartilhar refeições festivas, mas de construir relações saudáveis, promover a empatia e cultivar a compaixão. É um compromisso contínuo, uma jornada anual que vai além das festividades efêmeras.

Portanto, ao nos depararmos com aqueles que tentam se vestir do espírito natalino como sepulcros caiados, é importante lembrar que a verdadeira transformação começa de dentro para fora. O Natal pode ser uma oportunidade para a reconciliação e o perdão, mas a autenticidade desse gesto depende da sinceridade que permeia todo o ano.

Que as luzes do Natal possam iluminar não apenas as ruas, mas também os corações, proporcionando uma mudança genuína que transcenda a mera superfície de uma época festiva.

FONTE: Artigo assinado pelo jornalista Lininho Novais