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Política

14/07/2024 às 12h32 - atualizada em 14/07/2024 às 18h42

Acta

MACEIO / AL

Atentado contra Trump reformula campanha às vésperas de convenção republicana
Ex-presidente sai revigorado de ataque, em contraste com a imagem apática de Biden
Atentado contra Trump reformula campanha às vésperas de convenção republicana
Trump com os punhos cerrados logo depois de levar um tiro na orelha — Foto: Evan Vucci/AP

A tentativa de assassinato de Donald Trump durante um comício na Pensilvânia reformulará a campanha presidencial americana, às vésperas da Convenção Republicana, que até sábado (13) tinha os ingredientes para ser morna e sem surpresas. O ex-presidente deixou o púlpito ensanguentado, mas altivo, com o punho cerrado erguido, dando socos no ar e a ordem de comando aos seguidores: “lute, lute, lute”.


As imagens caóticas do comício de Butler produziram um raro momento de união e condenação nacional, dissipado rapidamente por críticas de republicanos aos democratas e a tese de que a demonização do ex-presidente criou a atmosfera para a violência política. Seus partidários se apressaram a replicar a narrativa da perseguição a Trump, atribuindo a responsabilidade do atentado ao presidente americano.


“A premissa central da campanha de Biden é que o presidente Donald Trump é um fascista autoritário que deve ser parado a todo custo. Essa retórica levou diretamente à tentativa de assassinato de Trump”, argumentou em suas redes sociais o senador JD Vance, de Ohio, um dos cotados para ser o vice-presidente na chapa republicana.


Trump deverá chegar à convenção revigorado pela aura de sobrevivente de um ataque a tiros que poderia ter sido letal. Este momento mártir-herói, que contrasta fortemente com a imagem desgastada de Biden diante de seu partido, deverá turbinar a campanha republicana. Ajudará a reforçar o ponto central da retórica de Trump — o de que é vítima de uma caça às bruxas, permeada por uma condenação na Justiça e outros três processos judiciais.


A campanha de Biden, que enfrenta dúvidas sobre a liderança do candidato, retirou anúncios contra Trump de todas as plataformas e recomendou a seu staff que evitasse declarações sobre o incidente. Mas dificilmente a tentativa de assassinato do candidato republicano trará mais civilidade à campanha, como apelaram ex-presidentes americanos e outros expoentes da política nacional, e baixará o tom das acusações.


A polarização deverá ser acirrada, com vantagem para o republicano, e as teorias de conspiração, por sua vez, serão reverberadas nas redes sociais. Ironicamente, o choque das imagens produzidas pelo atentado ajuda a desviar, ao menos por enquanto, o foco da saúde de Biden e de sua capacidade de levar adiante a candidatura democrata, que dominou a campanha eleitoral nas últimas duas semanas.


 

FONTE: Por Sandra Cohen - G1

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