12/08/2024 às 16h32 - atualizada em 12/08/2024 às 16h37
Acta
MACEIO / AL
“A música é o lugar onde eu consigo unir meus dois mundos”. Aos 23 anos, Heloísa Araújo tem uma certeza na vida: desde que se entende por gente sabe que seu destino é cantar. Seja na aldeia onde mora, seja no “mundo dos brancos”, como ela diz.
Indígena da etnia Kariri-Xodó/Fulni-ô, mora em uma reserva localizada no interior de Alagoas, às margens do Rio São Francisco. Ao contrário do que se imagina, lá as residências são de alvenaria e, não fossem os portões indicando a aldeia, qualquer um diria se tratar de uma típica cidade ribeirinha.
“O pessoal da cidade acha que a gente mora em oca e não tem direito a fazer uso dos benefícios da tecnologia. Não é todo mundo, mas ainda é a maioria”, contou a jovem, que sofreu muito bullying na escola por sua origem: “Tiravam sarro pelo fato de a gente ser muito humilde e ter uma cultura diferente. Hoje, esse cenário mudou, mas sempre tem uma cara de surpresa quando digo que moro em uma aldeia, mas tenho celular”.
O aparelho, aliás, é seu instrumento de trabalho. Seja para divulgar seu trabalho como artesã ou como cantora: “Atualmente, não estou conseguindo viver de música. Faço artesanato para vendas online. Mas, sempre posto vídeos cantando”. Foi assim que recebeu um convite para fazer uma apresentação de cantos indígenas na Dinamarca.
Heloísa cresceu em um ambiente onde a música desempenha um papel central na vida cotidiana: “Lá em casa todo mundo é muito musical”. Aos seis anos, chamou a atenção da mãe – que já foi vocalista de uma banda de forró local, ao mostrar seu dom:
"Desde pequena, eu me dedicava à música e queria mostrar para minha mãe que eu sabia cantar. Quando finalmente tive a chance de me apresentar no ensaio da banda dela, a reação das pessoas me fez perceber que eu tinha talento," relembra.
Fã de Marília Mendonça, ela explica que a influência do sertanejo surgiu de maneira orgânica devido à sua semelhança com as tradições locais de canto em dupla, conhecidas como "rojão": “É um ritmo que combina muito com a nossa forma de cantar e, por isso, acabou se tornando uma grande paixão. Lá, a gente costuma cantar em duplas”.
FONTE: gshow
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