Segunda, 10 de fevereiro de 2025
82 99669-5352
Política

03/01/2025 às 10h15 - atualizada em 03/01/2025 às 12h22

Acta

MACEIO / AL

42% dos alagoanos acreditam que Bolsonaro tentou articular golpe, aponta pesquisa
Levantamento ouviu 3.000 eleitores alagoanos com 16 anos ou mais
42% dos alagoanos acreditam que Bolsonaro tentou articular golpe, aponta pesquisa
Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

Uma pesquisa conduzida entre os dias 5 e 10 de dezembro de 2024 pelo Portal CadaMinuto, em parceria com o Instituto Ibrape, ouviu 3.000 eleitores alagoanos com 16 anos ou mais para avaliar a percepção sobre a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter articulado uma tentativa de golpe após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições.  


Os resultados apontam para um estado dividido: 42% dos entrevistados acreditam que houve uma tentativa de golpe, enquanto 44% discordam dessa hipótese. Outros 14% não souberam ou preferiram não opinar.  


Divergências regionais


Os dados revelam variações expressivas entre as diferentes regiões de Alagoas. No Sertão, a maioria (63%) acredita que houve uma tentativa de golpe, enquanto 29% discordam. Já no Norte do estado, predomina a descrença, com 52% rejeitando a tese e 35% concordando com ela.  


Na Grande Maceió, o ceticismo também foi predominante: 51% dos moradores descartam a possibilidade de golpe, enquanto 33% acreditam nela. Especificamente na capital, 49% negam a hipótese, contra 38% que a consideram plausível.  


Perfil eleitoral e polarização 


Para a cientista política Luciana Santana, a pesquisa reflete um contraste interessante entre regiões como o Agreste, Sertão e Grande Maceió, evidenciando o perfil eleitoral nas últimas eleições.  


"A capital e a Grande Maceió tendem a apresentar um voto mais à direita. Historicamente, Lula nunca venceu em Maceió, e essa percepção sobre uma tentativa de golpe reflete um eleitorado que ainda mantém forte identificação com suas escolhas nas urnas", comenta.  


Ela destaca que o apoio a figuras menos conservadoras é maior no Agreste e no Sertão, onde as populações têm se beneficiado de políticas públicas implementadas desde os anos 2000, durante governos petistas. "Essa divisão reflete o impacto dessas políticas e a polarização crescente no estado."  


Luciana aponta ainda que a polarização não é exclusiva de Alagoas, mas uma tendência nacional. "O eleitorado brasileiro está polarizado, o que reduz a profundidade das discussões políticas. Isso se reflete em temas como a democracia e questões econômicas", afirma.  


Análise por gênero, idade, escolaridade e religião 


A pesquisa revelou diferenças marcantes entre os grupos demográficos. Entre os homens, 45% acreditam na tentativa de golpe, enquanto entre as mulheres esse índice é de 40%.  


Na faixa etária, os eleitores com 60 anos ou mais foram os mais inclinados a acreditar na hipótese (50%). Já entre os jovens de 16 a 24 anos, a rejeição foi maior, com 50% discordando.  


O nível de escolaridade também influenciou as respostas: 38% dos eleitores com ensino médio acreditam na tentativa de golpe, enquanto entre os analfabetos esse número é de 39%.  


A religião mostrou-se um fator decisivo. Entre os evangélicos, apenas 33% acreditam na tese, comparados a 48% dos católicos. Já entre aqueles sem religião, 35% consideram que houve golpe.  


"A religião tem um papel crucial na divisão do eleitorado, influenciando diretamente a adesão ou rejeição à tese do golpe. Porém, é importante lembrar que a questão não se limita a ataques contra Lula ou o PT, mas à própria democracia", conclui Luciana Santana.

FONTE: Com informações Cadaminuto

O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos o direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou com palavras ofensivas. A qualquer tempo, poderemos cancelar o sistema de comentários sem necessidade de nenhum aviso prévio aos usuários e/ou a terceiros.
Comentários
Veja também
Facebook
© Copyright 2025 :: Todos os direitos reservados