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Política

18/02/2025 às 18h48 - atualizada em 19/02/2025 às 07h59

Acta

MACEIO / AL

Bolsonaro vai ao Congresso pedir a parlamentares que analisem anistia a vândalos do 8 de janeiro
Ex-presidente participou de almoço com senadores da oposição. Questionado sobre possibilidade de ser denunciado pela PGR, Bolsonaro disse ter 'zero' preocupação com as acusações.
Bolsonaro vai ao Congresso pedir a parlamentares que analisem anistia a vândalos do 8 de janeiro
O ex-presidente Jair Bolsonaro durante encontro com parlamentares da oposição no Senado. FOTO: Divulgação/PL

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Congresso nesta terça-feira (18) para se reunir com parlamentares da oposição e pedir a eles que analisem um projeto de anistia a vândalos que invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes em Brasília.


Bolsonaro também discutiu, em almoço com o grupo de senadores, estratégias para fazer oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).


Segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o apelo do ex-presidente foi no sentido de que “há apoio popular à medida”, o que parlamentares de diferentes espectros no Congresso questionam.


Esta não é a primeira vez que Bolsonaro pede a parlamentares prioridade no tema. Desde o ano passado, o ex-presidente tem mantido conversas com os agora presidentes da Câmara e do Senado — Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) — e com parlamentares aliados.


À imprensa, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que, para além das reuniões com parlamentares, tem discutido o tema com presidentes de partidos. Ele mencionou o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab.


Bolsonaro afirmou que, depois das conversas, sentiu que há "maioria favorável" à aprovação do projeto.


"Temos conversado. Há dez dias conversei com o Kassab, conversa reservada. Ele falou já, em parte, o que aconteceu. Hoje o que sinto conversando com parlamentares, como do PSD, a maioria votaria favorável. Acho que, na Câmara, já tem quórum para aprovar a anistia", declarou.


A Câmara e o Senado têm projetos para perdoar condenações criminais de vândalos que depredaram as sedes dos Três Poderes em 2023. O texto mais avançado está na Câmara e aguarda análise de uma comissão especial, que ainda não foi instalada.


Pelo projeto, todos que participaram de "manifestações" com motivação política e eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas, entre 8 de janeiro de 2023 e o dia de entrada em vigor da lei.


A última versão do relatório da proposta apresentada pelo deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) não anistia, porém, crimes como depredação a patrimônios públicos e históricos.


 


O projeto também acaba com todas as medidas de restrição de direitos: prisão, uso de tornozeleira eletrônica e restrições de comunicação, por exemplo.


Segundo o ex-presidente, nas conversas com Motta e Alcolumbre, não houve sinalização de compromisso dos presidentes do Congresso para incluir o texto na agenda de votações das Casas.


"Se conseguir assinatura para urgência, votar o requerimento e, se for aprovado, entra em pauta. Não fiz nenhum pedido específico. Pedi que seguissem o regimento", disse Bolsonaro.


Lei da Ficha Limpa


Ao ser questionado nesta terça, Jair Bolsonaro também afirmou que o projeto não o beneficiará e sinalizou para um possível apoio a uma proposta que muda a Lei da Ficha Limpa — outra frente de articulação deflagrada pelos aliados do político do PL nos últimos dias.


No entanto, ele disse que é preciso deixar a proposta "amadurecer".


"Não é anistia ao meu caso. No meu caso, é mudar a Lei da Ficha Limpa. Deixa amadurecer um pouquinho mais. O pessoal tá entendendo que a Lei da Ficha Limpa é usada para perseguir a direita."


A proposta reduz, de oito para dois anos, o período de inelegibilidade de políticos condenados por três tipos de conduta:


abuso de poder político;


abuso de poder econômico;


e uso indevido dos meios de comunicação.


Jair Bolsonaro está inelegível por ter sido condenado justamente por duas destas condutas: abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.


Nesta terça, ao falar da proposta que altera a Lei da Ficha Limpa, Bolsonaro voltou a repetir, sem apresentar provas, que a legislação pune somente políticos alinhados à direita.


"Anistia é uma coisa, Lei da Ficha Limpa é outra. Nos Estados Unidos não têm Lei da Ficha Limpa. Se tivesse, o Trump estaria inelegível. [Mas] a prioridade para mim é anistia", afirmou.


Trama golpista


O encontro de Bolsonaro com senadores aliados ocorreu na semana em que é esperada a apresentação da primeira denúncia, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), do inquérito que apura a existência de uma trama golpista para impedir a posse de Lula.


Bolsonaro é apontado pela Polícia Federal como um dos envolvidos na tentativa de golpe. Ele nega qualquer envolvimento.


O ex-presidente disse a jornalistas nesta terça que não está preocupado com a possível denúncia da PGR.


"Olha para a minha cara. O que tu acha? Não tenho nenhuma preocupação com as acusações. Zero", afirmou.


"Estamos aguardando chegar [a denúncia]. Espero que agora possa ter acesso aos autos. Você já viu a minuta de golpe por acaso? Também não vi. Você já viu a delação do Cid? Também não vi", concluiu o ex-presidente.

FONTE: g1

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