O reeducando Antônio Wendel Melo Guarnieri, de 43 anos, foi encontrado morto nesta quinta-feira (5), dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Alagoas (PenSM), localizada em Maceió. Ele cumpria pena de 24 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do advogado Nudson Harley Mares de Freitas, executado por engano em 2009, em um caso que teve grande repercussão no estado.

A informação foi confirmada pela Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), que também comunicou que dois detentos, identificados pelas iniciais E.G.S. e F.G.B., foram encaminhados à Central de Flagrantes como suspeitos de envolvimento na morte.

As Polícias Científica e Civil, além do Instituto Médico Legal (IML), foram acionadas para investigar o caso. Até o momento, a causa da morte não foi divulgada oficialmente.

Relembre o caso Nudson Harley

O crime que resultou na prisão de Antônio Wendel chocou a população alagoana. Em 23 de julho de 2009, o advogado mineiro Nudson Harley foi assassinado a tiros enquanto falava ao telefone em uma cabine pública na Avenida João Davino, no bairro da Mangabeiras, em Maceió. Dias após o crime, veio à tona que a vítima foi confundida com o verdadeiro alvo da execução.

Segundo o Ministério Público, Wendel confessou ter recebido R$ 20 mil para matar uma autoridade alagoana. A investigação revelou um plano complexo que envolvia nomes influentes, incluindo o ex-delegado-geral Paulo Cerqueira, apontado como o mandante do crime.

De acordo com a Polícia Federal, Cerqueira arquitetou o assassinato do juiz Marcelo Tadeu, utilizando como intermediário o cabo da PM Natan Simeão Lira, que contratou Wendel e outros executores. No entanto, o advogado Nudson foi morto por engano.

Interceptações telefônicas mostraram que Cerqueira teria ainda interferido nas investigações, ocultado provas e financiado os envolvidos. As conversas entre Wendel e o também acusado Valdir “Pitbull” detalharam a logística do crime, incluindo os papéis desempenhados por cada membro do grupo no dia do assassinato.

Investigação em andamento

A morte de Antônio Wendel dentro da unidade prisional reacende discussões sobre a segurança nas penitenciárias alagoanas e os desdobramentos do caso Nudson Harley. Os dois detentos suspeitos estão à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos.

A Seris informou que todas as providências legais estão sendo tomadas e reforçou que as investigações sobre o caso seguem em curso, com acompanhamento das instituições competentes.